domingo, 11 de abril de 2010

Porquê

Porquê? Porque é que a simples sombra de um sorriso nos consegue levar toda a razão?

Desabafos

Ando ansiosa por escrever algo.

Sinto um formigueiro, em mim, nos meus dedos, mas não sei sobre o quê, o que o provoca.
Talvez sejam ideias confusas, "marés" turbulentas, que se desfazem na imensidão do pensamento demasiado rápida para as poder apreciar, para a espuma - tudo o que delas resta - vir de encontro aos meus pés.
Está sol. O calor sufoca-me de uma forma agradável., Um abraço demasiado apertado mas que não deixa de nos confortar.
Talvez vá ver as verdadeiras ondas do mar. E talvez lá encontre um porto seguro que me permita encontrar o caminho até mim.



N.A: Algumas conversas têm um final imprevisível.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Ilusão

São como borboletas, toques suaves, toques fantasmas, que te embalam e confortam, cada um uma mensagem, cada um uma promessa. E fechas os olhos, não para não veres a luz que entra pelas janelas, sombras de rendas de cortinados floridos escolhidos para aumentar a ilusão; não para fingires que não há mais ninguém, que o jardim está vazio, impávido e ensolarado, como sempre achaste que devia estar; não para não veres a tristeza escondida que sabes existir no rosto de quem te conforta. Não. Fechas os olhos porque queres ser egoísta por uma vez na tua vida, porque queres fingir que acreditas e que vai mesmo ficar tudo bem, que não há mesmo porque te preocupares. Fechas os olhos porque queres ver um rosto diferente do que está tão próximo do teu.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Mentiras

É 1 de Abril e sorris, nervoso, enquanto ela passa as mãos pelo cabelo, um véu imenso que querias ser tu a afastar do seu rosto, a puxar para trás da orelha com a mesma naturalidade com que ela o faz, sentir a sua textura, o seu cheiro, o seu toque contra as pontas dos teus dedos e dos teus lábios e…coras e desvias o olhar, paginas rabiscadas de uma qualquer formula que já esqueceste porque é nela que está toda a tua atenção.

“O que foi?” Há um traço de preocupação, subtilmente mascarado por detrás da ironia, e arriscas, ou talvez simplesmente não conseguiste controlar o teu coração, aquilo que sempre lhe quiseste dizer.

“Gosto de ti.” E esperas, ainda anestesiado pelo momento, ela com os olhos turvados de dúvidas, de incerteza, de medo. E depois apercebes-te do que fizeste e por um segundo o teu mundo cai, e dói, e dói ainda mais porque quando fazes a única coisa a fazer, já sabes que fugiste mais uma vez. “Feliz dia das mentiras!” E o teu sorriso deve parecer tão verdadeiro quanto te é doloroso porque quando os olhos dela piscam mais uma vez, ficam de novo límpidos e o seu sorriso junta-se ao teu, muito mais brilhante e verdadeiro, uma gargalhada inocente e depois há uma mão a bater no teu ombro, num castigo amigável que julga ser merecido mas que apenas faz o teu estômago contrair-se mais e o teu peito parecer estar prestes a explodir.

“Mentiroso!” para depois se voltar a debruçar sobre as folhas que estudava. Os teus lábios curvam-se em ironia. Mal ela sabia o quanto.